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“ROLEZINHO”: UM DIREITO OU UM ABUSO?

  • orlandonarvaescampos
  • 14 de mar. de 2014
  • 2 min de leitura

Há alguns dias estamos observando a prática do chamado “rolezinho”, um encontro de jovens da periferia em shopping´s, o qual é previamente marcado nas redes sociais da internet. A princípio, uma prática que não constitui qualquer infração penal, muito menos civil ou administrativa.Porém, o que se discute não é exatamente o Direito que as pessoas têm de se reunirem em locais públicos ou mesmo particulares, abertos ao público em geral. Na verdade, o que se questiona é a intenção do movimento, isto é, qual o objetivo destes jovens?Pelo que entendemos, nunca se ouviu falar que os shopping´s proibiram a entrada de qualquer pessoa ou grupo, desde que tais não trouxessem quaisquer tipos de abalos à ordem pública.Este movimento não carrega em seu bojo qualquer tipo de ideologia ou filosofia, mas demonstra apenas o vazio que os jovens da atualidade possuem, quando aglomerados passam a intimidar outros, que ficam boquiabertos sem entender o que está acontecendo.Quando vivíamos na época da Ditadura Militar, centenas de jovens saíram às ruas para protestar contra o autoritarismo do Governo, e, por isso, muitos destes foram sequestrados, torturados e lamentavelmente mortos. Nestas manifestações havia uma busca por melhores condições sociais, as pessoas visavam a liberdade, que infelizmente era aprisionada nos cárceres imundos e tenebrosos dos anos de ferro. O tempo passou e a tão sonhada liberdade de expressão, de ir e vir etc, foi conquistada. Mas pergunta-se: Para quê? Qual o objetivo de se ter liberdade? Será que o exercício deste sonho tão lutado e guerreado, e que custou a vida de muitos, serve para que a juventude de hoje desfile nos shopping´s, ou em qualquer lugar, uma rebeldia sem causa e sem valores? Ora! Defendo ferozmente que todos, sem exceção, tenham acesso aos mais diversos locais e bens de consumo. Afinal de contas, vivemos num país capitalista e o dinheiro não tem cor, raça, condição sexual, crença religiosa e sequer mora na periferia ou no bairro nobre. No entanto, é preciso ser inteligente e saber que a liberdade se exerce com respeito, pois, do contrário, não temos exercício de uma liberdade, mas sim de uma libertinagem.Afinal de contas, devemos lembrar da regra de ouro propugnada há muitos tempos: a liberdade de um indivíduo termina onde começa a de outro. Fora desta regra encontramos desordem e abuso de prerrogativas, que certamente caracterizam a violação dos direitos alheios e, portanto, ilegalidade.Ademais, deve-se atentar, sobretudo, a regra de não fazermos ao próximo o que não desejamos que façam a nós mesmos, intimamente atrelada à norma anteriormente citada. É imprescindível que a liberdade seja amplamente exercida, desde que nos moldes democráticos da atual ordem pública constituída em nosso país.

Dr. Orlando Narvaes de Campos

Contribuições da Dra. Renata Valera


 
 
 

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